_Já dei muita bola pra furo, pisei em pregos e parafusos, e hoje a mais livre é a ilusão que caminha em meu coração sem aviso prévio de ir embora. E o mais rico já morreu, de tanto que sofreu, aos leves passos pelo escuro, falei muito pra burro e sorri para ver o que acontece. Hoje o que escutei foi um absurdo, de presas e predadores em jogo de xadrez? Às vezes, alguém acha que acabou, mas o maior vício ainda nem chegou, em ver o sangue fervendo, o passado me doendo, e acabou no escuro, surdo cego e achando que era o paraíso, mas era o inferno. O que mais me doeu, não foi o sangue que derramaram, mas as lágrimas que escorreram pelo rosto. As cicatrizes do sangue desaparecem, os das lágrimas fortalecem pelo tempo. Os gritos de socorro que ouvi sem parar, onde ouvi os choros pelo escuro, e as feridas, as marcas deixadas, talvez mais forte da primeira vez. O medo é a única companhia, mas o que gostaria era ver tudo isso acabar, sem derramar mais nenhuma gota de sangue e de lágrima.